O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, destacando a crescente piora da situação global, com o maior número de conflitos armados desde a 2ª Guerra Mundial, aumento dos deslocamentos forçados e a intensificação das desigualdades sociais. Em seu discurso, Lula enfatizou a necessidade urgente de combater a pobreza, a fome e as desigualdades que afligem milhões de pessoas ao redor do mundo, especialmente em um cenário de crescimento das crises climáticas e sociais. Para o presidente, o investimento em guerras e gastos militares, que somam trilhões de dólares, é inaceitável em um mundo com tanta fome e miséria.
Um dos principais focos da presidência brasileira do G20 foi o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que busca mobilizar países para promover políticas públicas eficazes, como programas de transferências de renda e apoio à agricultura familiar. A iniciativa já conta com a adesão de 81 países e diversas organizações internacionais, com o objetivo de beneficiar milhões de pessoas, especialmente mulheres e crianças. Lula sublinhou que, apesar do retrocesso em relação à erradicação da fome no Brasil, programas como o Bolsa Família e o Programa Nacional de Alimentação Escolar já estão alcançando milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Além da luta contra a fome, o Brasil propôs no G20 uma reforma das instituições de governança global, defendendo maior representatividade para os países do Sul Global, especialmente nas decisões da ONU. A agenda da presidência brasileira também inclui a transição energética e o desenvolvimento sustentável, com ênfase na necessidade de um financiamento internacional mais justo para enfrentar as mudanças climáticas. A cúpula, que reúne líderes de diversas economias, se destaca como um momento crucial para a formulação de soluções para problemas globais que exigem ação coletiva e urgente.