O governo federal está considerando um pronunciamento em rede nacional com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para apresentar um pacote de medidas de corte de gastos públicos. A iniciativa teria partido do Palácio do Planalto, visando esclarecer o pacote fiscal, especialmente em meio a resistências de eleitores mais à esquerda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de o pacote já estar definido, ele ainda passa por ajustes finais e deve ser anunciado até o final desta semana, com uma previsão de envio ao Congresso Nacional nos próximos dias.
Uma das alternativas em discussão dentro do governo é a reformulação do abono salarial, que beneficia trabalhadores com carteira assinada que recebem até dois salários mínimos. A proposta busca concentrar o benefício em uma camada mais pobre da população, diante do aumento de beneficiários impulsionado pela política de valorização do salário mínimo. No entanto, o governo descarta a desvinculação de benefícios sociais, como o abono e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), do salário mínimo, o que vinha sendo discutido anteriormente.
Além disso, o governo planeja adotar medidas para revisar políticas sociais e combater irregularidades, incluindo a exigência de biometria. O público-alvo da revisão seria ampliado, reduzindo o prazo para a atualização cadastral de 48 para 24 meses. Embora o pacote de medidas seja uma prioridade, há grandes dificuldades para sua aprovação no Congresso antes do recesso parlamentar, e a votação poderá ser adiada para o ano seguinte.