O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, iniciou uma entrevista coletiva na manhã de quinta-feira, 28, para detalhar as medidas fiscais que visam o corte de gastos do governo. Haddad destacou que a reforma tributária, que está em fase final de tramitação no Senado, não está relacionada ao pacote de austeridade fiscal, sendo um processo distinto. A reforma, segundo ele, não implicará aumento ou diminuição da arrecadação, mas visa modernizar o sistema tributário do país. O ministro também enfatizou a importância de não confundir os dois temas, reforçando que a reforma tributária e as medidas de ajuste fiscal seguem caminhos separados.
O pacote fiscal anunciado pelo governo tem como objetivo uma contenção de despesas de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos. Durante um pronunciamento em cadeia de rádio e TV, Haddad detalhou algumas das medidas previstas, como a readequação da regra de valorização do salário mínimo, a mudança no público-alvo do abono salarial, que será direcionado a trabalhadores com até 1,5 salário mínimo, e ajustes no sistema de proteção social dos militares. O governo também reforçou que a medida de isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, que foi divulgada na véspera, provocou forte reação no mercado financeiro, com o dólar atingindo a maior cotação nominal de fechamento.
Por fim, o governo deixou claro que o pacote fiscal e a proposta de isenção do Imposto de Renda terão tramitações separadas no Congresso. O ministro informou que reuniões já foram realizadas com o presidente da República, líderes do Congresso, e presidentes das duas Casas, e que novas discussões sobre o pacote fiscal estão programadas para ocorrer ao longo do dia. A abordagem cuidadosa e as negociações com o Legislativo seguem sendo um aspecto central para a implementação bem-sucedida das novas medidas fiscais.