Em 2024, o Sul de Minas registrou 20 casos de feminicídio, com 14 homens presos, três suicídios e um foragido, conforme levantamento realizado pela EPTV. Especialistas destacam que as alterações recentes na Lei Maria da Penha, feitas em outubro deste ano, aumentaram as penas e ampliaram as medidas de proteção, como a ação penal incondicionada para o crime de ameaça, que pode resultar em penas mais severas. A coordenadora do Grupo de Pesquisas de Gênero da Unifal, Fernanda Onuma, alerta para a crescente violência doméstica, que muitas vezes começa com abusos psicológicos e verbais antes de evoluir para agressões físicas.
Estudos revelam que uma em cada cinco mulheres brasileiras já foi ameaçada de morte por seu parceiro ou ex-parceiro, e 21% delas enfrentaram esse tipo de ameaça. No entanto, apenas 30% das vítimas denunciaram o fato à polícia, e 17% recorreram a medidas protetivas, que visam impedir o agressor de se aproximar. A advogada Luciane Ferreira e Souza, presidente da Comissão de Enfrentamento à Violência Doméstica, destaca a importância de fazer valer a medida protetiva, que garante um afastamento do agressor em uma distância de até 200 metros, dependendo da reincidência.
Especialistas também reforçam a importância de expandir a conscientização sobre os ciclos de violência, não apenas entre as mulheres, mas com os homens também. Embora muitas vítimas não denunciem ou busquem ajuda, é essencial que a sociedade se una para identificar os sinais de violência em suas formas iniciais e adote uma postura mais ativa no combate a essa grave questão.