Pedro Henrique Masjuan Torrecillas, um dos médicos condenados no caso de tráfico de órgãos na década de 1980, faleceu aos 70 anos na última quinta-feira (17). Seu corpo foi cremado no domingo (20) em Jacareí. O caso, que gerou grande repercussão nacional, envolveu a condenação de três médicos, que foram sentenciados a 15 anos de prisão por homicídios dolosos, embora ainda aguardassem recursos em liberdade. A decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que as penas deveriam ser cumpridas imediatamente, levando à determinação de prisão para os envolvidos.
O escândalo teve início em 1987, quando um médico denunciou um esquema ilegal de retirada de órgãos no Hospital Santa Isabel, em Taubaté. A investigação, que durou cerca de dez anos, resultou em um júri popular que condenou os médicos por sua participação em mortes de pacientes durante os procedimentos ilegais. Ao longo dos anos, os condenados tentaram reverter as sentenças, e seus advogados argumentaram que a prisão antes do julgamento final era ilegal, em virtude do princípio da presunção de inocência.
Além das condenações, o caso influenciou a legislação sobre transplantes de órgãos no Brasil, levando à criação de novas regulamentações. Embora os médicos tenham sido absolvidos de outras acusações em diferentes instâncias, o caso permanece relevante na discussão sobre a ética médica e a proteção dos direitos dos pacientes. A morte de Torrecillas ocorre em um contexto de incertezas sobre o futuro jurídico dos demais envolvidos, que ainda aguardam a execução das penas.