O governo brasileiro está em fase de preparação de um pacote fiscal consistente, visando cortes de gastos para assegurar a sustentabilidade do arcabouço fiscal. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, ressaltou a necessidade de um diálogo contínuo com o presidente sobre as medidas que serão implementadas. A equipe econômica, liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com o presidente Lula para discutir as diretrizes do pacote, que se encontram ainda em fase de definição.
O mercado financeiro tem demonstrado tensão, com altas do dólar e pressão sobre os juros futuros, refletindo a ansiedade em relação ao risco fiscal e à demora na apresentação das propostas de cortes. Haddad reconheceu a inquietação do mercado, mas enfatizou que as propostas devem ser anunciadas nas próximas semanas, possivelmente por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC). A falta de limitações nas despesas obrigatórias levanta preocupações sobre o aumento da dívida pública e a inflação.
A ministra Tebet destacou que, embora haja pressa para apresentar o pacote, a aprovação no Congresso pode ser adiada, pois os impactos nas contas públicas se darão principalmente em 2026. O governo pretende apresentar um primeiro pacote de reformas estruturais, com foco em modernizar as políticas públicas e garantir a manutenção de direitos, evitando surpresas na tramitação legislativa. A expectativa é que este seja apenas o primeiro de pelo menos dois pacotes necessários para enfrentar os desafios fiscais do país.