O grupo dos Brics tem se posicionado como uma alternativa ao Ocidente, embora, ao contrário do que ocorreu durante a Guerra Fria, não tente impor ideologias, conforme análise de Roberto Dumas, professor de economia chinesa do Insper. Ele destaca que, sob a liderança de Vladimir Putin, o grupo tem demonstrado sua relevância ao contar com o apoio de várias nações em relação à situação na Ucrânia e à recente expansão do bloco com a adesão de países como Egito, Emirados Árabes e Irã.
Dumas observa que a natureza do Brics desafia a definição de um grupo estritamente anti-Ocidente, especialmente com a inclusão de nações como Rússia e Irã. Ele argumenta que a busca do grupo é moldar uma nova governança global, uma vez que muitos países não conseguem se fazer ouvir nas instituições financeiras tradicionais, como o FMI e o Banco Mundial. Isso os leva a criar suas próprias estruturas, exemplificadas pelo Banco dos Brics.
Por fim, o especialista enfatiza a abordagem pragmática do bloco, que, embora possa ter um caráter antiocidental, não visa a imposição de uma ideologia, mas sim a construção de um espaço de colaboração e desenvolvimento alternativo no cenário internacional atual. A busca por uma nova ordem global reflete a vontade dos países em se unirem para ter maior influência nas decisões que afetam o sistema financeiro global.