Um relatório divulgado pelo Banco Mundial em junho de 2025 aponta que apenas 3% da água consumida em áreas urbanas e industriais no mundo é reutilizada, enquanto 97% é descartada sem tratamento. O estudo revela que quase 1 bilhão de metros cúbicos de água são desperdiçados diariamente, contribuindo para a poluição dos ecossistemas e agravando a escassez hídrica, especialmente em regiões urbanas onde mais de 2 bilhões de pessoas já enfrentam risco de falta d’água.
O documento destaca que a urbanização acelerada e as mudanças climáticas intensificam a pressão sobre os recursos hídricos, tornando urgente a expansão do reuso. Estima-se que investimentos entre US$170 bilhões e US$340 bilhões nos próximos 15 anos podem multiplicar por oito a capacidade de tratamento, elevando o reuso para 25% do abastecimento municipal até 2040. Experiências internacionais em países como Cingapura, Estados Unidos e África do Sul demonstram a viabilidade técnica do modelo, enquanto no Brasil o projeto Aquapolo Ambiental, no ABC paulista, serve como referência no setor industrial.
O Banco Mundial enfatiza que o reuso deve deixar de ser uma medida emergencial para se tornar parte integrante das políticas públicas e estratégias climáticas globais. Além de garantir água limpa, o reaproveitamento reduz a extração de mananciais e a poluição ambiental, gerando benefícios ambientais, econômicos e sociais. A adoção massiva dessa prática é apresentada como alternativa mais eficiente e econômica do que outras soluções, como a dessalinização em larga escala, sendo fundamental para evitar um colapso hídrico até meados do século.