O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou para baixo sua projeção da inflação oficial para 2025, reduzindo a estimativa de 5,2% para 4,8%. A atualização foi divulgada em 30 de setembro e acompanha a revisão semelhante feita pelo Banco Central (BC). A previsão considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A redução na projeção reflete principalmente a valorização do real frente ao dólar e a queda nos preços dos alimentos, que registraram deflação pelo terceiro mês consecutivo em agosto. A expectativa para a inflação dos alimentos caiu de 6,7% para 4,4%, influenciada pela expansão da oferta agrícola e pela apreciação cambial, que diminuiu pressões sobre alimentos, bens industriais e combustíveis. Apesar disso, o Ipea manteve a projeção da inflação para serviços em 6,2%, devido ao mercado de trabalho aquecido, com taxa de desemprego em 5,6%, a menor desde o início da série histórica em 2012.
Embora o cenário inflacionário apresente sinais de moderação, o processo é gradual e ocorre com custo elevado na política monetária. A taxa básica de juros, Selic, permanece em 15% ao ano desde junho de 2025, o maior patamar desde 2006. Essa política restritiva encarece empréstimos e desestimula investimentos, freando a economia. Além disso, o Ipea revisou para baixo a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede o custo de vida das famílias com renda entre um e cinco salários mínimos, reduzindo-a de 4,9% para 4,5%.