O ministro da Defesa, José Múcio, participou nesta terça-feira (30) de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) para defender a necessidade de recursos estáveis e previsíveis para as Forças Armadas brasileiras. Ele alertou sobre os riscos de manter um orçamento instável, mesmo diante dos avanços recentes na indústria de defesa e nas operações de soberania e ajuda humanitária.
Durante a audiência, o ministro apresentou dados que mostram o crescimento global dos gastos militares, que passaram de US$ 2,2 trilhões em 2023 para US$ 2,7 trilhões em 2024, com expectativa de aumento. Apesar disso, o Brasil investe apenas 1% desse total, embora seja a décima maior economia do mundo. José Múcio destacou a importância da indústria nacional de defesa, composta por 270 empresas estratégicas que geram cerca de 3 milhões de empregos e já alcançaram recordes em exportações.
O debate também abordou a segurança das fronteiras brasileiras. Senadores relataram problemas na fronteira seca do Mato Grosso do Sul com Paraguai e Bolívia, dominada por facções criminosas e tráfico, além dos impactos da crise migratória venezuelana em Roraima. O ministro ressaltou o caráter humanitário da Operação Acolhida, que atende os migrantes na região. Ele concluiu defendendo a continuidade e previsibilidade orçamentária como essenciais para garantir a soberania nacional.