O arquiteto brasiliense Luiz Perillo, de 35 anos, morreu em São Paulo nesta terça-feira (30), uma semana após passar por um transplante multivisceral, procedimento que envolve a substituição simultânea de vários órgãos. A cirurgia, iniciada no dia 23, foi interrompida após o paciente apresentar infecção e sofrer uma parada cardíaca. Luiz aguardava há quatro anos por um doador compatível para estômago, pâncreas, fígado, intestino e rim.
Diagnosticado com trombofilia ainda jovem, Luiz teve a veia porta comprometida, o que levou à falência progressiva dos órgãos digestivos. Desde 2021, ele passou mais de dois anos internado, dependente de nutrição parenteral e sessões regulares de hemodiálise. O transplante multivisceral foi incorporado ao protocolo do Sistema Único de Saúde (SUS) em fevereiro de 2025 e é realizado em apenas cinco hospitais brasileiros devido à sua complexidade e alto custo.
A trajetória de Luiz Perillo chamou atenção para a importância da doação de órgãos no Brasil. Durante o período de espera, ele tornou-se ativista da causa, incentivando o registro da vontade em vida e o diálogo familiar sobre o tema. Sua história deixa um legado de esperança para milhares de pacientes na fila por transplantes complexos no país.