O ministro Luís Roberto Barroso passou a ser, a partir desta segunda-feira (29), o novo relator da maior parte dos processos que estavam sob a responsabilidade de Edson Fachin no Supremo Tribunal Federal (STF). A mudança decorre da troca na presidência do tribunal: Fachin assumiu o comando da Corte e recebeu o acervo administrativo, enquanto Barroso herdou cerca de 3 mil processos, incluindo os remanescentes da operação Lava Jato.
A Lava Jato já teve três ministros como relatores no STF. Após a morte de Teori Zavascki em 2017, Fachin assumiu a relatoria e tomou decisões que impactaram a política brasileira, como a anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, permitindo sua candidatura em 2022. Agora, Barroso ficará responsável pelos casos pendentes da operação. A troca também alterou a composição da Segunda Turma, colegiado que julga parte dos processos penais, com Barroso substituindo Fachin.
Na posse como presidente do STF, Fachin afirmou que o combate à corrupção deve ser “firme, constante e institucional”, respeitando o devido processo legal. A mudança pode reabrir tensões internas no tribunal, especialmente entre Barroso e Gilmar Mendes, que já tiveram desentendimentos públicos, mas se aproximaram nos últimos anos. O novo cenário impõe desafios para o andamento dos processos e para o equilíbrio político na Corte.