O mercado imobiliário de alto padrão em São Paulo tem se destacado pela criação de clubes exclusivos, cujos títulos podem alcançar valores de até R$ 1 milhão. Incorporadoras e grupos empresariais investem em espaços de convivência seletivos que combinam lazer, esporte e networking, oferecendo aos membros acesso a unidades espalhadas pelo mundo. Exemplos notáveis incluem o Soho House no Cidade Matarazzo, o Beyond the Club e o Fasano Tennis Club, este último focado em modalidades esportivas como tênis, padel, squash e pickleball.
Esses clubes representam um novo nicho voltado para um público de altíssimo poder aquisitivo, que valoriza não apenas a infraestrutura física, mas também o prestígio e o senso de pertencimento a uma comunidade exclusiva. A diversificação dos grupos imobiliários reflete a demanda da elite globalizada por experiências únicas, indo além do tradicional investimento residencial. Ao mesmo tempo, esse movimento evidencia a desigualdade no mercado imobiliário brasileiro, onde a maioria enfrenta dificuldades para adquirir imóveis devido à restrição de crédito e à escassez de lançamentos para a classe média.
O avanço dos clubes milionários reforça a polarização social no setor, ao criar barreiras de entrada elevadas para um seleto grupo enquanto amplia o contraste com a realidade da habitação popular. Essa tendência aponta para um mercado cada vez mais segmentado, onde o prestígio e a exclusividade se tornam ativos intangíveis valorizados pela elite, ao passo que grande parte da população permanece excluída do acesso à moradia digna.