O Brasil criou 147.358 vagas de emprego com carteira assinada em agosto de 2025, conforme dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego em 29 de setembro. Embora o saldo tenha sido superior ao registrado em julho, o número representa uma queda de 38,3% em relação a agosto do ano anterior e é o pior resultado para o mês desde 2020. O setor de serviços foi o principal responsável pela criação de vagas, seguido pelo comércio, indústria e construção civil, enquanto a agropecuária apresentou saldo negativo.
Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, a desaceleração reflete principalmente o impacto dos juros elevados, com influência menor das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Analistas econômicos destacam que o mercado formal permanece resiliente apesar do cenário macroeconômico adverso, prevendo que a taxa de desemprego continuará abaixo do nível neutro estimado entre 7% e 7,5%. A desaceleração da geração de empregos acompanha uma expectativa de redução gradual da atividade econômica no país.
No acumulado do ano até agosto, foram criadas 1,5 milhão de vagas formais, queda de 13,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O salário médio de admissão teve leve alta real anual, chegando a R$ 2.295. A continuidade desse ritmo sugere que o Banco Central poderá iniciar cortes na taxa básica de juros no início de 2026, buscando estimular a economia sem comprometer a estabilidade do mercado de trabalho.