No Brasil, o câncer do colo do útero ainda representa uma das principais causas de morte entre mulheres, com quase 8 mil óbitos anuais, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Diariamente, 19 mulheres perdem a vida para uma doença que poderia ser evitada por meio da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), responsável por 99% dos casos. Apesar da vacina estar disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para grupos específicos, a cobertura vacinal permanece abaixo do esperado.
Uma pesquisa inédita do Grupo EVA em parceria com o Instituto Locomotiva revelou que 57% das brasileiras desconhecem a relação entre HPV e câncer do colo do útero. Além disso, quase metade das mulheres não sabe para que serve o exame de DNA-HPV, 42% não lembram se foram vacinadas e 29% desconhecem a função do exame papanicolau. Essa falta de informação contribui para a persistência da mortalidade, que atinge principalmente mulheres em situação de vulnerabilidade social.
Especialistas defendem que a vacinação deve ser ampliada para meninas e meninos, acompanhada da implementação rápida e consistente do teste de DNA-HPV no SUS, exame mais eficaz na detecção precoce de lesões precursoras do câncer. Campanhas nacionais de esclarecimento são fundamentais para combater desinformação e engajar a sociedade. O Brasil tem uma oportunidade histórica de reduzir drasticamente os índices de mortalidade por câncer ginecológico com políticas públicas firmes e compromisso coletivo.