O governo dos Estados Unidos corre o risco de uma paralisação parcial das atividades públicas caso o Congresso não aprove o orçamento até o dia 30 de setembro, data que marca o fim do ano fiscal. Esse mecanismo, conhecido como shutdown, ocorre quando não há autorização para gastos federais, afetando agências e servidores considerados não essenciais. A origem dessa situação está na lei Anti-Deficiência de 1884, que impede despesas acima do limite aprovado pelo Legislativo.
Atualmente, a Câmara dos Representantes aprovou uma extensão temporária para os gastos até novembro, mas o Senado, controlado pela maioria republicana, depende do apoio dos democratas para avançar. O impasse reside nas prioridades orçamentárias: republicanos pressionam por cortes profundos em programas sociais para conter o déficit, enquanto democratas defendem investimentos em saúde, educação e infraestrutura. Episódios anteriores de shutdown demonstram que essas paralisações elevam a incerteza política e afetam os mercados financeiros.
Para o Brasil, a paralisação nos EUA pode gerar volatilidade nos juros, câmbio e bolsa de valores. A queda dos juros longos americanos tende a beneficiar os títulos brasileiros e o real, apesar da pressão inicial sobre o dólar em momentos de aversão ao risco. A evolução das negociações em Washington será fundamental para definir os rumos da economia brasileira nas próximas semanas, com impactos diretos na confiança dos investidores e no desempenho dos mercados locais.