O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) julga nesta terça-feira (30 de setembro de 2025) a continuidade da moratória da soja, acordo que desde 2006 proíbe a compra de grãos provenientes de áreas desmatadas na Amazônia após 2008. A medida preventiva que suspendeu temporariamente esse pacto será analisada para definir se permanece ou é revogada.
O julgamento ocorre em Brasília e envolve grandes entidades do setor, como a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). O Cade avalia se o acordo configura uma prática anticompetitiva que exclui produtores, enquanto o mercado teme que o fim da moratória prejudique a imagem sustentável da soja brasileira, essencial para as exportações internacionais.
Especialistas alertam que a decisão pode impactar diretamente o acesso do Brasil a mercados rigorosos, como a União Europeia, que já aplica regras contra produtos ligados ao desmatamento. A manutenção da moratória é vista como um selo de sustentabilidade fundamental para a competitividade do agronegócio nacional. O veredicto do Cade também servirá como referência para futuros acordos setoriais que buscam conciliar produção agrícola e compromissos ambientais.