Os mercados financeiros iniciam a terça-feira (30) atentos à possibilidade de paralisação do governo dos Estados Unidos a partir de 1º de outubro, após a ausência de acordo entre democratas e republicanos para evitar o “shutdown”. A agenda econômica americana inclui dados importantes, como as ofertas de emprego Jolts de agosto, além de discursos de dirigentes do Federal Reserve que podem sinalizar os próximos passos da política monetária. No Brasil, o destaque fica para a divulgação da taxa de desemprego em agosto, que sucede o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) com o menor saldo para o mês desde 2020, além do resultado primário previsto para déficit de R$ 21 bilhões. O presidente Lula realiza reuniões com ministros e sanciona projetos relacionados à agricultura familiar e segurança alimentar, enquanto o Banco Central promove encontros com investidores em São Paulo.
Além das questões internas, o cenário internacional traz novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, como madeira e móveis, que entram em vigor em outubro. O JPMorgan avalia que a aproximação entre Lula e Donald Trump na Assembleia Geral da ONU pode abrir espaço para flexibilizações futuras nas tarifas. Paralelamente, a Casa Branca apresentou um plano para encerrar o conflito entre Israel e Hamas, propondo cessar-fogo imediato e liberação de reféns, iniciativa que aguarda resposta oficial do Hamas.
Esses eventos têm potencial para influenciar significativamente os mercados financeiros globais e a economia brasileira. A possível paralisação do governo americano pode afetar a confiança dos investidores diante do cenário já fragilizado pelo risco de estagflação. No Brasil, os indicadores econômicos e as decisões políticas reforçam a necessidade de monitoramento atento das políticas fiscais e monetárias, enquanto as negociações comerciais entre Brasil e EUA podem ganhar novo impulso nas próximas semanas.