Um consórcio internacional formado por cerca de 80 pesquisadores de 18 países, incluindo o Brasil, desenvolveu uma nova padronização para medir o gasto energético em modelos experimentais com roedores. Publicado na revista Nature Metabolism, o estudo propõe regras e unidades uniformizadas para substituir a prática antiga de dividir taxas metabólicas pelo peso corporal, buscando resultados mais consistentes e comparáveis.
A padronização permite a criação de um banco de dados padronizado e facilita o uso de técnicas avançadas, como inteligência artificial, para análise dos dados. Segundo especialistas, essa iniciativa abre caminho para testes pré-clínicos de novas classes de medicamentos contra a obesidade que estimulem o gasto energético, complementando os tratamentos atuais que atuam principalmente na redução do apetite.
Com sede na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC) destaca que a combinação ideal no tratamento da obesidade é reduzir a fome e aumentar o gasto calórico. A nova metodologia pode acelerar a descoberta de terapias mais eficazes, diante do crescimento global da obesidade, que afeta mais de 1 bilhão de pessoas e está associada a milhões de mortes prematuras anualmente.