A Cúpula Nacional Popular da Colômbia concluiu, em 29 de maio, três dias de debates em Bogotá com a aprovação de uma declaração final que projeta uma agenda nacional de mobilizações a partir de outubro. O encontro reuniu cerca de 1.500 participantes na Universidade Pedagógica Nacional, incluindo representantes de 15 cidades como Cartagena, Barranquilla, Cali, Medellín e Cúcuta. A principal pauta aprovada foi a defesa de uma Reforma Urbana Integral e Popular, que garanta acesso à terra, serviços públicos básicos e recuperação dos territórios.
Durante o evento, as discussões enfatizaram o combate ao modelo neoliberal que expulsa populações pobres para as periferias e privatiza espaços públicos essenciais. Os movimentos destacaram que a luta urbana abrange também transporte, saúde, educação e o direito à permanência nos bairros populares. A cúpula decidiu criar um espaço permanente de convergência para articular os processos urbanos em níveis local, regional e nacional, fortalecendo a unidade dos movimentos sociais para os próximos anos.
O encontro ocorreu sob o impacto de ataques com bombas caseiras atribuídos a grupos paramilitares, que não causaram feridos, mas foram interpretados como tentativas de intimidação política. Frente à violência contra lideranças sociais, o documento final reforça o enfrentamento ao paramilitarismo e propõe um novo modelo de segurança baseado em mecanismos comunitários. As mobilizações previstas para outubro devem reunir milhares de pessoas para reivindicar justiça social, segurança popular e uma cidade inclusiva para todos.