A Bahia se destaca como o estado do Nordeste com o maior número de mortes por autoagressões entre adolescentes, registrando 143 óbitos entre 2023 e 2024. Os dados foram divulgados na segunda-feira (22) pela Sociedade Brasileira de Pediatria, com base no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, evidenciando a gravidade do problema na região.
Os registros indicam que, no total, 616 adolescentes morreram por lesões autoprovocadas no Nordeste durante o mesmo período. Especialistas, como o pediatra Cefas Gonçalves Pio de Oliveira, enfatizam que nem todos os jovens que se autolesionam têm intenção suicida, mas a falta de diagnóstico e acompanhamento psicológico pode agravar a situação. A identificação precoce dos sinais de autolesão é crucial para evitar desdobramentos mais graves.
A psicóloga Ana Paula Carregosa ressalta que as autolesões são frequentemente mal interpretadas como uma busca por atenção, quando na verdade representam uma estratégia para lidar com conflitos emocionais. A terapia é fundamental para ajudar os adolescentes a desenvolver habilidades emocionais e sociais, e a participação da família nesse processo é essencial para promover a saúde mental dos jovens. Dados nacionais indicam que um adolescente tenta se autolesionar a cada dez minutos no Brasil, evidenciando a urgência da questão.