Depoimentos de empresários ameaçados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) expõem um esquema de lavagem de dinheiro em São Paulo. A organização criminosa obrigava os empresários a venderem seus negócios sob ameaças, utilizando motéis e postos de combustível para movimentar bilhões de reais de forma ilícita. As vítimas relataram intimidações e fraudes, sendo responsabilizadas por crimes cometidos pela quadrilha, enquanto tentam reconstruir suas vidas após as perdas financeiras.
As investigações, conduzidas pelo Ministério Público e pela Receita Federal, revelam um sofisticado esquema financeiro que controlava centenas de negócios de fachada, incluindo 267 postos de combustível e 60 motéis. Os promotores destacam que a falta de controle nos motéis facilita a lavagem de dinheiro, e que a principal instituição financeira envolvida era a BK Bank, que recebia transferências milionárias dos estabelecimentos. A defesa da BK Bank nega qualquer envolvimento com os investigados, afirmando que a instituição é regulada pelo Banco Central.
Com o avanço das investigações, as vítimas enfrentam o desafio de recuperar suas vidas e finanças. Enquanto um empresário relata ter perdido seu ganha-pão, outro menciona a dificuldade em lidar com dívidas geradas pela quadrilha. O caso destaca a complexidade do crime organizado no Brasil e as implicações para os negócios legítimos, além da necessidade urgente de medidas eficazes para combater a lavagem de dinheiro e proteger as vítimas.