A Cúpula Nacional Popular da Colômbia foi atacada com bombas caseiras neste final de semana em Bogotá, durante um evento que reuniu mais de 1,5 mil pessoas. Ao menos sete explosões foram registradas no sábado (27), sem deixar feridos, mas gerando preocupações sobre a segurança dos participantes. As investigações iniciais indicam que os artefatos explosivos podem ter sido colocados por grupos paramilitares associados ao narcotráfico, o que levanta questões sobre a crescente violência política no país.
O evento, realizado na Universidade Pedagógica Nacional, é promovido pelo Congreso de los Pueblos e reúne movimentos de 15 cidades colombianas para discutir novos modelos urbanos e alternativas à lógica neoliberal. A coordenadora de segurança da cúpula, Isabela, afirmou que os ataques têm um conteúdo político, visando desestabilizar as discussões sobre dignidade e justiça social. As organizações presentes se mobilizaram para garantir a segurança do evento, utilizando o conceito de Guardas Populares, que enfatiza o cuidado comunitário.
O ataque ocorre em um contexto alarmante de violência política na Colômbia, onde, desde 2016, quase 2 mil líderes sociais foram assassinados. Apesar da política de paz total do presidente Gustavo Petro, a violência contra lideranças sociais e indígenas continua alta. A fragmentação de grupos armados e disputas territoriais complicam ainda mais a proteção das comunidades e lideranças envolvidas em processos sociais no país.