O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Roberto Barroso, afirmou que conversou sobre a redução de penas dos envolvidos nos eventos de 8 de Janeiro com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). A discussão ocorreu durante uma viagem a Roma, a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para o funeral do Papa Francisco. Em entrevista à GloboNews, Barroso revelou que a conversa durou cerca de 40 minutos e abordou a possibilidade de aplicar penas menores aos manifestantes que invadiram o Congresso, o STF e o Palácio do Planalto.
O ministro destacou que considera desejável a aplicação da consunção, ou seja, a fusão dos crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito em uma única punição. Ele afirmou que essa abordagem lhe pareceu aceitável e que compartilhou essa opinião com Motta e Alcolumbre. Barroso enfatizou que sua avaliação se aplica especificamente aos casos dos manifestantes e que já havia votado pela aplicação de penas menores.
Além disso, Barroso comentou sobre a questão da anistia generalizada, afirmando que essa é uma competência do Congresso. No entanto, ele criticou as propostas atuais de anistia, considerando-as inaceitáveis por representarem uma violação da separação de poderes. Essa declaração ressalta a complexidade das discussões em torno das consequências legais dos eventos de 8 de Janeiro e o papel das instituições na definição dessas medidas.