Um estudo realizado no Hospital Universitário da UFMA, em São Luís, aponta que o otimismo pode ter um papel significativo na forma como mulheres diagnosticadas com fibromialgia enfrentam a dor crônica. A pesquisa, conduzida pelo estudante de Medicina Lucas Brito sob a orientação do professor João Garcia, chefe do Ambulatório de Dor Crônica, analisou 217 pacientes e buscou entender as correlações entre espiritualidade, otimismo e o impacto da doença na vida das mulheres.
A fibromialgia é uma síndrome crônica que afeta predominantemente mulheres e é caracterizada por dores musculares generalizadas, fadiga e distúrbios do sono. Durante quatro anos, os pesquisadores aplicaram questionários adaptados para identificar como o otimismo pode influenciar não apenas a intensidade da dor, mas também outros aspectos da qualidade de vida das pacientes. Embora não tenha sido encontrada uma correlação significativa entre espiritualidade e a intensidade da dor, o estudo revelou que pacientes mais otimistas apresentaram quadros menos severos da condição.
Os resultados da pesquisa, premiados pela Fapema em 2024, ressaltam a necessidade de uma abordagem multidisciplinar no tratamento da fibromialgia. O professor João Garcia enfatiza que a doença é frequentemente subdiagnosticada e que o tratamento deve ir além de medicamentos, incluindo aspectos psicológicos e sociais. A experiência de pacientes como Dini Kelly reforça a importância do otimismo e da fé na busca por uma melhor qualidade de vida diante dos desafios impostos pela fibromialgia.