Motoristas diagnosticados com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) apresentam duas vezes mais chances de se envolver em acidentes de trânsito, segundo a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet). A advertência foi feita durante o 16° Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego, realizado em Salvador, onde especialistas abordaram os impactos do TDAH na condução. Os sintomas do transtorno, como impulsividade e desatenção, podem comprometer a segurança no trânsito.
Dados da Abramet indicam que a prevalência do TDAH no Brasil é de 7,6% entre crianças e adolescentes de 6 a 17 anos, 5,2% entre jovens de 18 a 44 anos e 6,1% entre pessoas acima de 44 anos. A médica Joan Faber apresentou estudos que relacionam o TDAH a comportamentos arriscados ao volante, como a superestimação das próprias habilidades e a busca por emoções. Ela ressaltou que motoristas com TDAH tendem a ter um desempenho melhor em trajetos urbanos e com tráfego intenso.
Faber também observou que a condução em longas distâncias e em vias pouco movimentadas pode ser mais desafiadora para esses motoristas, especialmente quando não estão sob tratamento. Além disso, atividades secundárias, como comer ou usar o celular enquanto dirigem, podem agravar o desempenho. A conscientização sobre o TDAH e suas implicações na direção é fundamental para melhorar a segurança no trânsito.