Edson Fachin assume a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima segunda-feira (29), com a proposta de reduzir tensões políticas e reforçar a atuação institucional da corte. Defensor da autocontenção do Judiciário, Fachin busca evitar o protagonismo político, ampliar o diálogo entre os ministros e promover inclusão, sem abrir mão da legalidade democrática. Ao completar dez anos no tribunal, ele reafirma sua máxima: “Ao direito o que é do direito, à política o que é da política”.
Com um estilo discreto, semelhante ao de sua antecessora Rosa Weber, Fachin evita entrevistas e manifestações públicas fora dos autos. Ele optou por uma cerimônia simples para sua posse, recusando festas patrocinadas por entidades jurídicas. Em discursos recentes, enfatizou que o direito deve resistir à tentação de ideologias e que o Congresso é o espaço legítimo para o embate democrático. Apesar de ataques e sanções, ele defende um Supremo que não substitua a arena política, preservando a legitimidade institucional e promovendo a inclusão de grupos minoritários.
Nos bastidores, Fachin demonstra sinais de abertura ao diálogo com a oposição e planeja estimular a comunicação entre os ministros por meio de almoços regulares. Ele também pretende retomar a previsibilidade da pauta do STF, prática que havia sido abandonada anteriormente. Considerado um juiz de perfil institucional, Fachin não é visto como um articulador político, função que cabe a outros ministros, mas busca facilitar consensos em julgamentos complexos.