O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, teve seu visto revogado pelos Estados Unidos no último sábado (27), após participar de uma manifestação em Nova York em apoio à Palestina. O Departamento de Estado justificou a decisão alegando que Petro incitou violência ao pedir que soldados americanos desobedecessem ordens do ex-presidente Donald Trump durante seu discurso. Em resposta, o presidente colombiano minimizou a revogação, afirmando que não se importa com a medida devido à sua cidadania europeia.
A revogação do visto ocorre em um contexto de crescente tensão diplomática entre Colômbia e Estados Unidos, especialmente desde o retorno de Trump à Casa Branca. O ministro do Interior colombiano, Armando Benedetti, criticou a decisão, sugerindo que o visto deveria ter sido retirado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em vez de Petro. Desde 2024, a Colômbia não mantém relações diplomáticas com o governo israelense e impôs restrições às exportações de carvão para o país.
As relações entre Bogotá e Washington já estavam deterioradas, com Petro bloqueando voos de deportação de imigrantes e os dois países chamando de volta seus embaixadores após acusações mútuas. A revogação do visto de Petro é um episódio raro na história recente da Colômbia, lembrando o caso de Ernesto Samper em 1996, quando seu visto foi retirado devido a denúncias de financiamento de campanha por cartéis de drogas.