Centenas de grupos ambientais e de direitos humanos solicitaram que o Brasil assuma a liderança na COP30, cúpula global sobre o clima marcada para novembro. Em uma carta aberta, mais de 240 organizações argumentam que a agenda deve incluir reparações por injustiças históricas, como a escravidão e o colonialismo, que contribuíram para desigualdades no acesso a recursos e aumentaram a vulnerabilidade a desastres climáticos.
O documento, lançado por entidades como o Instituto Luiz Gama e a Rede Pan-Africana do Caribe, recebeu apoio de figuras públicas e da ministra do Meio Ambiente da Colômbia. A carta destaca que a crise climática é uma continuação de séculos de emissões desiguais e violência racial, pedindo ao Brasil que crie um espaço oficial na cúpula dedicado à justiça climática e às reparações, liderado por comunidades africanas, afrodescendentes e indígenas.
As demandas por reparações estão ganhando força globalmente, embora enfrentem resistência. A ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco, enfatizou que reconhecer os erros do passado é crucial para construir um futuro mais digno. A carta será enviada ao governo brasileiro e à ONU na próxima semana, ressaltando a necessidade urgente de abordar as injustiças históricas na agenda climática.