No dia 27 de setembro, a Bahia celebra a tradição do ‘Caruru de São Cosme e Damião’, um prato que simboliza o sincretismo religioso e a proteção das crianças. Reconhecido como patrimônio imaterial desde 2024, o caruru é oferecido ao longo de setembro, com maior procura nesta data em homenagem aos Ibejis, orixás gêmeos associados aos santos católicos. A festividade inclui a distribuição do prato em diversas comunidades de Salvador, reforçando laços culturais e religiosos entre os participantes.
O caruru, que remonta ao período colonial, é preparado com ingredientes que representam cada entidade da religião afro-brasileira. Originalmente, era doado nas ruas como forma de agradecimento por promessas cumpridas, especialmente por famílias negras escravizadas. Hoje, o prato é servido primeiro às crianças, simbolizando a ligação dos Ibejis com a infância e a alegria, antes de ser compartilhado com os adultos.
As celebrações deste ano incluem várias comunidades em Salvador que oferecem o caruru gratuitamente, como o Galo de Diumbanda e o Caruru Solidário no Terreiro Vodun Kwe Tò Zò. Essa prática não apenas preserva a tradição, mas também promove a união e a solidariedade entre os participantes, destacando a importância cultural e religiosa do evento na vida da comunidade baiana.