A tramitação da proposta de anistia no Congresso Nacional enfrenta sérios desafios, com a relação entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal marcada por desconfiança. O relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP) tem se reunido com diversas bancadas para construir um texto que possa garantir a maioria na Câmara, mas a diversidade de propostas e a falta de consenso dificultam esse processo. Durante a semana, Paulinho ouviu sugestões e reclamações de partidos como PL, PT, PSDB, Federação União/PP e Podemos, e está agendado para se encontrar com as bancadas do PSD e PCdoB na próxima terça-feira (30).
A tramitação da PEC da Blindagem, que visa proteger parlamentares de punições, intensificou as desconfianças entre os líderes partidários. Paulinho expressou preocupação com a possibilidade de que o Senado não aprove a anistia, refletindo um clima de incerteza nas negociações. Embora tenha indicado que há apoio para um texto que revise as penas de envolvidos em atos antidemocráticos, a bancada do Partido Liberal insiste em uma anistia ampla e irrestrita.
As implicações dessa situação são significativas, pois a votação da anistia pode travar a apreciação de outras propostas importantes, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), garantiu que não haverá vinculação entre os projetos, mas a continuidade das reuniões e a busca por um consenso podem atrasar ainda mais a tramitação da anistia e outras pautas relevantes no Congresso.