O intelectual palestino-americano Edward Said, durante a Primeira Intifada (1987-1993), argumentou que a ocupação dos territórios palestinos, iniciada em 1967, poderia paradoxalmente semear as bases para uma futura reconciliação entre israelenses e palestinos. Ele acreditava que a experiência compartilhada de sofrimento poderia curar as feridas do passado e promover uma convivência pacífica sob igualdade. Contudo, a realidade se mostrou diferente: a longa ocupação não apenas perpetuou o conflito, mas também cultivou um ambiente de vingança e ressentimento em ambos os lados. Essa análise crítica das expectativas de Said revela que a convivência forçada pode intensificar as divisões existentes, dificultando ainda mais a busca por uma solução pacífica e duradoura.