Os Estados Unidos se destacam como a principal origem dos investimentos diretos no Brasil, de acordo com o censo de capitais estrangeiros do Banco Central (BC), divulgado em Brasília. Em 2024, o Brasil atingiu um estoque de US$ 1,141 trilhão em investimentos estrangeiros diretos, o que representa 46,6% do Produto Interno Bruto (PIB), o maior percentual já registrado. O levantamento mostra que os EUA contribuíram com US$ 244,7 bilhões, correspondendo a 28% do total.
O censo do BC detalha que o investimento estrangeiro é dividido em participação no capital social de empresas e operações intercompanhia. Os serviços lideram a atração de investimentos, com 59% do total, seguidos pela indústria (29%) e agropecuária (12%). O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, explica que a lista de países investidores considera o local de origem do investidor imediato, revelando a influência de paraísos fiscais como Luxemburgo e Ilhas Cayman na composição dos dados.
As implicações desse cenário são significativas para a economia brasileira, especialmente em um contexto de tarifas elevadas impostas pelos EUA sobre exportações brasileiras. O aumento dos investimentos diretos pode fortalecer setores estratégicos da economia nacional, mas também levanta questões sobre a dependência econômica e as relações comerciais entre os dois países. O Banco Central prevê um crescimento de 1,5% para o PIB em 2026, refletindo a importância desses investimentos para o futuro econômico do Brasil.