Na manhã de terça-feira, 16, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua revelou que o Brasil alcançou a menor taxa de desemprego da série histórica, fixada em 5,6%. Isso representa cerca de 6,1 milhões de brasileiros sem trabalho, levantando questionamentos sobre a possibilidade de o país estar próximo do pleno emprego. Economistas, no entanto, destacam que essa definição é complexa e envolve variáveis como inflação e demanda no mercado de trabalho.
O economista Antonio Ricciardi, do Banco Daycoval, ressalta que, embora a taxa atual indique um cenário otimista, não se pode afirmar que o Brasil esteja em pleno emprego. Ele explica que o pleno emprego não significa desemprego zero, mas sim um equilíbrio que deve ser mantido para evitar pressões inflacionárias. Além disso, instituições como o Itaú e a Fundação Getulio Vargas apresentam diferentes estimativas para a taxa neutra de desemprego, que varia entre 8% e 9,5%.
A discussão sobre o pleno emprego é acalorada entre especialistas, com visões divergentes sobre o conceito. Enquanto a perspectiva keynesiana defende a ausência de desemprego involuntário, a visão neoclássica sugere que sempre haverá um nível natural de desemprego. As mudanças estruturais no mercado de trabalho, impulsionadas por fatores como a digitalização e políticas sociais como o Bolsa Família, também influenciam essa dinâmica e complicam as análises sobre o futuro do emprego no Brasil.