Na véspera da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, intensificou a pressão sobre o Banco Central para a redução da taxa Selic, que atualmente se mantém em 15% ao ano. Em sua participação em um evento do Banco J.Safra, realizado nesta terça-feira, 16, Haddad afirmou que acredita na possibilidade de cortes nos próximos meses, embora a maioria do mercado projete que isso só deve ocorrer em 2026.
O ministro destacou que a recente queda no preço do dólar pode ajudar a controlar a inflação e abrir espaço para a redução da Selic. Apesar de seu otimismo, economistas como Tony Volpon alertam que o Banco Central precisa primeiro demonstrar uma projeção crível de convergência da inflação para que os cortes sejam viáveis. A pressão governamental por mudanças na política monetária não é nova e se intensificou após críticas à gestão anterior do BC.
A insistência de Haddad e outros membros do governo por uma mudança na taxa de juros reflete uma estratégia para estimular a economia, mas especialistas enfatizam que qualquer decisão deve ser baseada em fundamentos técnicos sólidos. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, terá um papel crucial na condução desse processo e na manutenção da credibilidade da instituição frente ao mercado.