A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) vai avaliar a inclusão da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) injetável no SUS. Atualmente, os serviços públicos oferecem a PrEP apenas na forma de comprimidos, que devem ser tomados diariamente, enquanto a versão injetável é aplicada a cada dois meses. Essa avaliação é crucial, pois a PrEP é uma ferramenta eficaz na prevenção da infecção pelo vírus HIV, especialmente para pessoas em situações de maior vulnerabilidade.
O pedido para a análise foi feito pela farmacêutica GSK, responsável pelo cabotegravir, a primeira PrEP injetável aprovada para uso no Brasil, com o apoio da Sociedade Brasileira de Infectologia. O Ministério da Saúde já está considerando as vantagens do medicamento, com base na pesquisa ImPrEP CAB, que mostrou que 83% dos participantes preferiram o cabotegravir em relação aos comprimidos. Além disso, 94% dos usuários compareceram ao serviço de saúde para receber as injeções no prazo correto, garantindo proteção contínua ao longo do tratamento.
Com o aumento das novas infecções por HIV no Brasil, que registrou 46.495 casos em 2023, a inclusão da PrEP injetável pode representar um avanço significativo na estratégia de combate à epidemia. Apesar da elevação nas infecções, a mortalidade por aids caiu 32,9% entre 2013 e 2023, refletindo os avanços no tratamento. A decisão da Conitec poderá influenciar diretamente a adesão ao tratamento e a saúde pública no país.