O Tribunal de Apelações dos Estados Unidos para o Circuito do Distrito de Columbia negou, nesta segunda-feira (15), o pedido de Donald Trump para afastar Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed). Essa decisão representa um marco na história da instituição, já que é a primeira vez que um presidente tenta remover um diretor desde a sua fundação em 1913. Com a decisão, Cook poderá participar normalmente da reunião de política monetária do Fed, agendada para esta terça (16) e quarta-feira (17).
A juíza distrital dos EUA, Jia Cobb, já havia determinado que as alegações de Trump sobre suposta fraude hipotecária cometida por Cook não constituem motivos suficientes para sua remoção. A lei que criou o Fed estabelece que seus diretores só podem ser demitidos por justa causa, um termo indefinido e sem procedimentos claros. A administração Trump planeja recorrer da decisão à Suprema Corte dos EUA, o que pode ter implicações significativas para a autonomia do Fed em definir políticas monetárias sem interferência política.
As alegações de Trump e a tentativa de demissão levantam questões sobre a independência do banco central, essencial para o controle da inflação e a estabilidade econômica. Neste ano, Trump criticou a condução da política monetária pelo presidente do Fed, Jerome Powell, e exigiu cortes agressivos nas taxas de juros. A expectativa é que o Fed anuncie uma redução nas taxas nesta semana, em resposta à desaceleração do mercado de trabalho.