O livro ‘Nossos índios, nossos mortos’, do escritor, jornalista e documentarista Edilson Martins, ganha uma nova edição em meio à expectativa da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), marcada para novembro em Belém. Originalmente publicado nos anos 1970 durante a ditadura militar, a obra denuncia a violência contra os povos indígenas e a devastação da Amazônia, reunindo reportagens, entrevistas e artigos que documentam catequeses, massacres, expansão territorial, estradas, mineração, remoções e epidemias.
A nova edição inclui uma crônica sobre Marina Silva, quando foi convidada por Lula, em 2002, a assumir o Ministério do Meio Ambiente, mantendo os textos originais de Antônio Callado e do sertanista Apoena Meirelles. Com 286 páginas e 44 fotografias, o livro apresenta uma radiografia da realidade dos povos originários, abordando aspectos de suas organizações sociais, religiosas e culturais. Entre os relatos, destacam-se os depoimentos de líderes como Mário Juruna e o Cacique Umeru, além da aproximação da expedição dos irmãos Villas Boas aos guerreiros Krenakore.
Martins ressalta que a nova edição evidencia que a lógica de destruição observada na época da primeira publicação persiste, agravada pelo aquecimento global e desmatamento. Ele afirma que a COP30 será um momento crucial para o Brasil e que ‘Nossos índios, nossos mortos’ retorna como leitura obrigatória, contando a história de povos ameaçados de extermínio histórico. Não se pode pensar o Brasil sem os povos originários, raiz primeira de nossa formação étnica e cultural.