A Justiça do Trabalho condenou a rede de farmácias Drogasil ao pagamento de R$ 37 mil em indenização por danos morais a Noemi Ferrari, uma atendente que sofreu racismo no primeiro dia de trabalho, em 2018, na cidade de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. O caso ganhou notoriedade recentemente após Noemi compartilhar um vídeo em suas redes sociais, onde uma colega faz comentários racistas durante sua apresentação aos demais funcionários da loja. A juíza Rosa Fatorelli Tinti Neta considerou o vídeo como prova do crime de racismo e rechaçou a alegação de que se tratava de uma “brincadeira”.
Na decisão, a magistrada enfatizou que o combate à discriminação racial exige consciência sobre o racismo estrutural e que a conduta da colega não pode ser justificada como humor. Além disso, a juíza responsabilizou a Drogasil pela omissão em criar um ambiente de trabalho adequado, refletindo sobre as estruturas sociais discriminatórias que perpetuam o racismo. A sentença foi confirmada pela 6ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2).
Em nota, a rede Raia Drogasil Saúde expressou seu pesar pelo ocorrido e reafirmou seu compromisso com a diversidade e inclusão. A empresa destacou seus esforços para promover equidade racial e garantir ambientes de trabalho diversos, com 50% das posições de liderança ocupadas por pessoas negras. O caso ressalta a importância de ações concretas para combater o racismo no mercado de trabalho e promover uma sociedade mais justa e igualitária.