A família de Tenório Jr. recebeu a confirmação da identificação do músico quase 50 anos após seu desaparecimento, ocorrido em março de 1976, em meio à repressão das ditaduras sul-americanas. O comunicado assinado pelos filhos expressa um alívio por finalmente obter respostas, mas também uma profunda tristeza ao saber que Tenório foi vítima da violência política e enterrado como um desconhecido. O pianista, nascido em 4 de julho de 1940, destacou-se na bossa nova e no samba-jazz, colaborando com grandes nomes da música brasileira.
Tenório Jr. desapareceu durante uma turnê pela América do Sul e seu caso só ganhou notoriedade anos depois, devido à censura imposta pelas ditaduras da época. Ele foi detido por agentes do serviço secreto da Marinha argentina e executado em um centro clandestino de detenção. Seu corpo foi encontrado em março de 1976 em Buenos Aires e enterrado como indigente, sem repercussão imediata no Brasil. Após extensas investigações, seus restos mortais foram identificados em 2025, tornando-se um símbolo da violência das ditaduras latino-americanas contra civis inocentes.
A família de Tenório Jr., composta por cinco filhos e a esposa, pede uma nova investigação para esclarecer as circunstâncias de sua morte, já que o músico não tinha envolvimento político e dedicava-se apenas à música. O legado de Tenório permanece vivo entre músicos e admiradores da música instrumental brasileira, que reconhecem sua contribuição marcante na cena musical. A nota divulgada pela família destaca a importância de manter viva a memória do pianista e buscar justiça para honrar sua trajetória na história da música brasileira.