A aranha armadeira, ou Phoneutria eickstedtae, tem chamado a atenção da comunidade científica por seu veneno que contém a toxina Tx2-6, capaz de provocar priapismo, uma ereção dolorosa que pode durar mais de quatro horas. Esta espécie, encontrada nas margens de cachoeiras da Chapada dos Veadeiros, é temida por muitos, mas seu comportamento defensivo a torna menos propensa a ataques. O guia local Mauro de Araújo observa que acidentes com a aranha são raros, já que ela tende a se afastar de humanos e animais maiores.
A bióloga Nancy Lo Man Hung, do Instituto de Biociências da USP, ressalta que a armadeira desempenha um papel ecológico importante como predadora de insetos. Embora o priapismo ocorra em apenas 4% dos casos graves de envenenamento, os sintomas incluem dor intensa e taquicardia, exigindo atendimento médico imediato. Apesar dos riscos associados ao veneno, pesquisadores estão estudando a toxina para o desenvolvimento de novos fármacos que possam tratar disfunção erétil e outras doenças, revelando assim a relevância científica da aranha.
A armadeira não só assusta banhistas na Chapada dos Veadeiros, mas também se mostra uma aliada na busca por novas soluções médicas. O guia Mauro enfatiza a importância de cuidados em trilhas e áreas com animais peçonhentos, lembrando que a precaução é fundamental. A pesquisa sobre a toxina Tx2-6 pode abrir portas para tratamentos inovadores em diversas áreas da saúde.