A Cidade do México, uma das maiores metrópoles do mundo, enfrenta uma grave crise de subsistência provocada pela extração excessiva de água do subsolo. Este fenômeno, que já afeta a infraestrutura e a vida cotidiana de quase 22 milhões de habitantes, intensificou-se nas últimas décadas, resultando em um afundamento alarmante em várias áreas da capital. Estudo recente da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) revela que algumas regiões estão cedendo até 40 centímetros por ano, o que pode tornar certas zonas inabitáveis na próxima década.
Desde o início do século XIX, o problema da subsidência é observado, mas agora se agrava com o colapso dos sistemas de drenagem e as tempestades cada vez mais intensas devido às mudanças climáticas. Estruturas icônicas como o Monumento à Independência e a Catedral Metropolitana já apresentam danos visíveis, exigindo intervenções constantes. Além disso, a impermeabilização do solo impede que a água da chuva retorne ao lençol freático, exacerbando a crise hídrica.
O governo mexicano implementa programas como a “acupuntura hídrica” e iniciativas de captação pluvial para mitigar os efeitos da crise. No entanto, especialistas alertam que é fundamental reduzir a retirada de água do subsolo e resgatar saberes ancestrais dos astecas para uma gestão sustentável dos recursos hídricos. Sem soluções eficazes, o drama da Cidade do México está longe de ter um fim, e as consequências da negligência histórica se tornam cada vez mais evidentes.

