Nos últimos anos, Portugal se tornou um dos principais destinos para médicos brasileiros interessados em atuar no exterior. Dados da Ordem dos Médicos indicam que cerca de 30% dos profissionais estrangeiros em atividade no país vêm do Brasil, consolidando essa comunidade como a maior fora da União Europeia. Esse movimento ocorre em meio a um déficit de 1,2 milhão de profissionais de saúde na Europa, segundo um relatório recente da Comissão Europeia.
O reconhecimento do diploma brasileiro em Portugal é regido pelo Decreto-Lei 66/2018, que estabelece três modalidades de validação. Formados em universidades como USP e UFRJ podem concluir o processo online em cerca de quatro meses, enquanto graduados de outras instituições enfrentam etapas adicionais. Após a validação, os médicos devem se inscrever na Ordem dos Médicos e comprovar proficiência linguística e experiência profissional.
Com salários médios variando entre €3.000 e €3.900, e podendo ultrapassar €5.000 com plantões e especializações, as oportunidades são atraentes, especialmente em áreas carentes fora dos grandes centros. No entanto, o custo de vida em cidades como Lisboa e Porto pode reduzir essa vantagem financeira. Apesar dos desafios, o ambiente regulatório estável e a possibilidade de atuação em toda a União Europeia tornam Portugal uma opção viável para muitos médicos brasileiros.