Cidadãos brasileiros têm se alistado nas Forças Armadas da Ucrânia, atraídos por promessas de altos salários e indenizações, o que levou o governo a emitir um alerta sobre os riscos extremos que esses voluntários enfrentam. O Ministério das Relações Exteriores já confirmou a morte de pelo menos dez brasileiros no conflito e informou que outros 18 estão desaparecidos. Em uma mensagem enviada à família antes de sua morte, Bruno Fernandes, que deixou Governador Valadares, em Minas Gerais, para lutar na Ucrânia, expressou esperança de retornar ao Brasil.
A angústia da manicure Cecília Maria Fernandes, esposa de Bruno, reflete a dor de muitas famílias afetadas por essa situação. O Itamaraty recomendou fortemente que propostas de trabalho militar sejam recusadas e destacou que a assistência consular pode ser severamente limitada devido aos contratos assinados pelos voluntários. A Embaixada da Ucrânia no Brasil afirmou que não recruta cidadãos brasileiros e que eles chegam ao país por vontade própria.
Especialistas em segurança alertam que o treinamento militar oferecido é insuficiente para preparar os voluntários para os perigos reais do combate. Alessandro Visacro, especialista em defesa, enfatiza que a formação adequada leva anos e que muitos jovens que buscam aventura podem enfrentar consequências trágicas. Um desertor brasileiro do Exército ucraniano compartilhou sua experiência aterrorizante, revelando o alto risco de morte e arrependimento entre aqueles que se alistam sem compreender a gravidade da situação.