O Nepal anunciou a nomeação de Sushila Karki como primeira-ministra interina no dia 12 de setembro de 2025, em resposta aos violentos protestos anticorrupção que abalaram o país. As manifestações, que resultaram na morte de pelo menos 51 pessoas e deixaram mais de 1.300 feridas, foram desencadeadas pela proibição de redes sociais e pela crescente insatisfação com a corrupção endêmica. A posse de Karki, a primeira mulher a ocupar o cargo, ocorreu em um contexto de crise política e econômica, após a renúncia do ex-premiê KP Sharma Oli e a dissolução do Parlamento.
Karki, ex-chefe da Suprema Corte, é vista como uma figura de consenso e esperança para a juventude nepalense, que lidera os protestos contra o governo deposto. Sua nomeação é interpretada como um esforço para combater a corrupção e restaurar a confiança nas instituições. No entanto, ela enfrenta resistência de grupos ligados à antiga elite política e um cenário de instabilidade que inclui toques de recolher e confrontos violentos nas ruas.
As manifestações refletem a frustração da Geração Z com a desigualdade econômica e a concentração de poder nas mãos de uma elite envelhecida. Com cerca de 25% da população vivendo abaixo da linha da pobreza, os protestos expõem um abismo crescente entre os jovens e os privilegiados, intensificando a pressão sobre o novo governo para implementar reformas significativas e convocar novas eleições.