A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso, que investiga a cobrança ilegal de mensalidades associativas descontadas dos benefícios previdenciários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), aprovou em 11 de setembro de 2025 a quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático de suspeitos envolvidos em uma fraude bilionária. Os membros da CPMI, composta por 16 deputados e 16 senadores, requisitaram informações sobre registros de entrada e saída de investigados em órgãos públicos, além da quebra dos sigilos de pessoas e entidades associativas. Entre os alvos estão os empresários Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e Maurício Camisoti, além do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
Na semana anterior, a CPMI já havia aprovado pedidos de prisão preventiva para Antunes, Camisoti, Stefanutto e outros 18 investigados. O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), enfatizou a necessidade de esclarecer onde está o patrimônio desviado da Previdência. Durante a sessão, os integrantes da CPMI ouviram o ex-ministro da Previdência Social, Ahmed Mohamad Oliveira, que afirmou que o INSS não possui condições adequadas para fiscalizar acordos com outras entidades e que só tomou conhecimento das irregularidades após a deflagração da Operação Sem Desconto pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
A CPMI busca não apenas responsabilizar os envolvidos, mas também garantir maior transparência nas operações do INSS e prevenir futuras fraudes. A investigação se intensifica em um momento em que a confiança na gestão previdenciária é crucial para milhões de aposentados e pensionistas no Brasil. O desdobramento dessa investigação poderá impactar significativamente as políticas públicas relacionadas à previdência social e à fiscalização das entidades associativas que atuam no setor.