Após uma dura derrota eleitoral na província de Buenos Aires, o presidente da Argentina, Javier Milei, convocou uma mesa política nacional para discutir o futuro do país. No entanto, segundo Thiago Vidal, diretor de análise política da consultoria Prospectiva, essa iniciativa deveria ter sido tomada antes das eleições. Em entrevista ao jornal WW, da CNN, Vidal criticou a estratégia do governo e apontou que as razões da derrota vão além de escândalos de corrupção envolvendo sua irmã, Karina Milei.
Vidal argumenta que as dificuldades de Milei em fazer política e o fortalecimento do peronismo na província foram fatores cruciais para o revés eleitoral. O cientista político destacou que, durante a primeira metade de seu mandato, Milei se afastou da direita tradicional argentina, que, embora em descrédito, ainda possui relevância. Essa ruptura permitiu o surgimento de uma ‘terceira via’, representada pelo partido Somos Buenos Aires, que obteve 5% dos votos e influenciou o resultado das eleições.
A análise de Vidal sugere que a presença dessa alternativa política poderia ter mudado o cenário eleitoral para Milei. Ele conclui que a falta de uma estratégia política eficaz e a subestimação da oposição local resultaram em uma derrota que pode impactar os planos do governo argentino. A situação atual pressiona o projeto econômico de Milei e levanta questões sobre sua capacidade de governar em um ambiente político desafiador.