O Brasil se destaca negativamente ao registrar a maior quantidade de alunos por professor no ensino superior privado, com uma média de 62 estudantes para cada docente, segundo o relatório Education at a Glance 2025 da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado em 9 de setembro. Em contraste, no ensino público, a média é de dez alunos por professor, inferior à média da OCDE, que é de 15. Essa disparidade é atribuída à superlotação nas turmas, especialmente nas instituições privadas, onde a educação a distância predomina.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aponta que a superlotação é um desafio crescente, exacerbado pela alta demanda por cursos a distância. De acordo com dados recentes, 79,3% dos 9,9 milhões de estudantes matriculados no ensino superior brasileiro estão em instituições privadas, com 73% dos novos alunos optando por cursos a distância. A coordenadora de Estatística Internacional Comparada do Inep, Christyne Carvalho, destacou que o novo marco regulatório da educação a distância visa mitigar esses problemas, limitando a oferta de cursos totalmente online.
Além da superlotação, o relatório também revela um aumento preocupante no envelhecimento dos professores no Brasil, com 33,8% dos docentes do ensino superior tendo 50 anos ou mais. Esse fenômeno não é exclusivo do Brasil e reflete uma tendência global. A OCDE aponta que a média entre seus países membros é ainda maior, chegando a 40,4%. A situação exige ações públicas efetivas para atrair novos profissionais para a carreira docente e garantir um futuro mais sustentável para a educação superior no país.