O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que as afirmações feitas por integrantes do núcleo crucial da trama golpista durante uma reunião ministerial em julho de 2022 configuram uma confissão de culpa. Segundo Moraes, na reunião, Jair Bolsonaro e outros membros do governo discutiram abertamente estratégias para a ruptura democrática, incluindo a preparação de ações da Polícia Federal e o fechamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Moraes detalhou que, na mesma reunião, Bolsonaro mencionou a necessidade de uma ‘guerra’, enquanto outros participantes, como Anderson Torres e Paulo Sérgio, expressaram intenções de agir contra opositores. O ministro também criticou o comportamento de Bolsonaro ao reunir embaixadores no Palácio da Alvorada, onde desencorajou a observação internacional nas eleições, caracterizando sua postura como militarizada e antidemocrática.
As revelações feitas por Moraes podem ter sérias implicações para os envolvidos, potencialmente levando a novas investigações sobre as ações do governo anterior e suas tentativas de desestabilizar o processo democrático. A análise da cronologia dos eventos e das condutas da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante as eleições também poderá trazer à tona a responsabilidade dos agentes públicos na execução de atos considerados ilegais e antidemocráticos.