Um grupo de ex-funcionários e atuais empregados da Meta denunciou a empresa por restringir pesquisas que poderiam revelar riscos à segurança de crianças e adolescentes em seus dispositivos de realidade virtual (RV). As alegações foram apresentadas ao Congresso dos Estados Unidos e serão discutidas em uma audiência no Comitê Judiciário do Senado, marcada para esta terça-feira (9), com o título “Danos ocultos: examinando alegações de que a Meta enterrou pesquisas sobre segurança infantil”.
De acordo com informações do The Washington Post, quatro pesquisadores afirmam que, após o vazamento de estudos internos por Frances Haugen em 2021, a Meta passou a utilizar sua equipe jurídica para revisar e vetar pesquisas consideradas sensíveis, especialmente aquelas relacionadas a menores. Documentos entregues ao Congresso incluem orientações para evitar a coleta de dados que mostrassem a presença de crianças em ambientes de RV, além de relatos preocupantes sobre interações perigosas entre adultos e menores.
As denúncias ocorrem em um contexto de crescente pressão das autoridades estadunidenses, com a Comissão Federal de Comércio (FTC) acusando a Meta de violar leis de proteção infantil. A empresa contesta as acusações, afirmando que desde 2022 aprovou quase 180 estudos sobre segurança e bem-estar de jovens. No entanto, as alegações levantam questões sérias sobre o compromisso da Meta com a proteção de crianças em ambientes digitais, especialmente enquanto investe bilhões no desenvolvimento do “Metaverso”.